Texto escrito em 2005 - Publicado na Agência de Notícias Adital
"E a Palavra se fez homem e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade" (Jo 1, 14).
Mais um Tempo surge neste maravilhoso pôr-do-sol que nos deixa perplexos com as maravilhas da criação. Desponta para todos e todas nós uma nova espera na esperança. Com o advento somos convidados e convidadas a refletir nossa caminhada, nossas vidas, nosso mundo. É tempo de rever os passos dados, de refletir acerca do que fizemos e do que fomos. É tempo novo que urge, mais uma vez, em nossa bela tradição cristã.
Mas, o que esperar de mais um ano que se passa, de mais um tempo litúrgico que desponta em nossas vidas? Somos chamados e chamadas a esperar na esperança. A esperança que espera o tempo certo para se fazer aparecer. A esperança que espera o momento certo para nos reencantar novamente. Neste sentido, somos interpelados pelo entoar de nossas comunidades que em coro celebram ao Deus da Vida cantando enfaticamente: "Vem, Senhor Jesus!" Pois, iniciamos a espera na esperança do Emmanuel, aquele que se faz gente como a gente, que vem fazer morada nas taperas, nas favelas, nas ruas, nas malocas, nas matas, na dor e na alegria. É o Deus Conosco! A esta tradição cristã das primeiras comunidades é que dedicamos mais uma espera na esperança.
Esperar o Verbo que se encarna entre nós significa entender que somos chamados e chamadas a participar desse discipulado do Reino promovido pelo Deus da Vida. Deus da Vida que nos deu neste ano de 2005 muitas razões para continuar acreditando que é possível sonharmos juntos uma sociedade possível, um mundo possível. Por isso, continuamos tendo a certeza de que a espera na esperança é válida e necessária, mesmo estando na aflição de um mundo que se destrói a cada dia que passa. Por isso:
Esperar na esperança, pois vimos a Páscoa do V Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre. Mais uma vez, militantes dos movimentos sociais e populares do mundo inteiro se encontraram para trocar experiências, promover a paz, refletir mundos possíveis e alternativos frente ao avanço da economia de mercado, do neoliberalismo excludente e da globalização voraz. Juntamente, com o Fórum Social Mundial de Porto Alegre, não podemos esquecer a espera na esperança com a realização do Fórum Mundial de Teologia da Libertação realizado também em Porto Alegre e que mostrou uma fonte de riquezas e vivacidade na luta pelas causas do Reino que continuam a ser tantas, pois o lugar teológico continua o mesmo, a partir da nossa opção preferencial pelos pobres.
Esperar na esperança com o Deus da Vida que ressurge, vencendo a morte, com a doação da vida de nossa querida e estimada Irmã Dorothy, mártir da causa do Reino, causa de todos e todas nós, cristãos e cristãs, que querem ver o projeto de Reforma Agrária sendo efetivado na prática por meio de políticas públicas realmente libertadoras. O sangue dessa nossa irmã, estadunidense de nascimento, brasileira e amazônica de coração, mostrou que ainda é possível surgirem profetas que assumem a causa do Reino com todo o despojamento necessário para se dar Vida pelas Vidas.
Esperar na esperança com a realização do nosso XI Intereclesial de CEBs realizado em Ipatinga, nas nossas Minas Gerais do Uai, do Sô e do queijo fresco. Esperar que as CEBs possam continuar sua caminhada enquanto um novo jeito de ser Igreja, assumida pelo episcopado em Medellín, Puebla e Santo Domingo, bem como, pela própria CNBB. A espiritualidade do seguimento é importante para todos e todas nós, que acreditamos viver uma Igreja de Jesus, participativa, ministerial, laical e diaconal, que acredita na transformação da sociedade e que deseja que ela se torne Kairós do Reino, fraterna e terna, justa e solidária, nossa e de todos (as). Agora, até chegarmos a Porto Velho para a próxima Páscoa Intereclesial, um longo caminho se faz necessário, na espera de que a esperança faça ressurgir em tempos neo-pentecostais a força necessária para fazer da CEBs uma alternativa possível para nossas comunidades, pois apresenta uma bela e sólida espiritualidade.
Esperar na esperança de ver uma nova política para a sociedade brasileira. Eticamente sustentável e moralmente justa. A população brasileira tinha um grau de confiança no PT e no projeto Lula Presidente, por levantar a bandeira da ética e da honestidade na política. E o que vimos foram alguns escândalos que fizeram até mesmo os coronéis do Brasil se levantarem contra o nosso tão sonhado projeto alternativo e popular. Não podemos esmorecer. Enquanto cristãos e cristãs somos co-responsáveis pela construção do Brasil.
Esperar na esperança do sonho ecumênico vivido pela Jornada Ecumênica realizada na cidade de Mendes, Rio de Janeiro e promovido pela nossa entidade ecumênica Koinonia. Sonho e espera no ecumenismo, onde irmãos e irmãs possam deixar as diferenças de lado e sentar na mesma mesa da partilha para celebrar juntos a Palavra e a Eucaristia. Foram momentos de vida, de partilha e de expressão de que o ecumenismo não está tão distante assim. A beleza no ecumenismo se refletia nas falas, nas danças, nas festas e na liturgia. Todos juntos, cristãos e cristãs, anglicanos, católicos, presbiterianos, luteranos, metodistas, assembleianos, batistas, o nosso querido candomblé com seu jeito especial de louvar ao Deus da Vida. Todos e todas numa só causa, com um só sentimento, a verdadeira Diversidade na Unidade.
Esperar na esperança na atitude de Dom Frei Luis Cappio, nosso irmão e nosso frade do Nordeste. A greve de fome pela vida e pela revitalização do Rio São Francisco fez com que setores da Igreja e que políticos ligados ao latifúndio se manifestassem contra esse irmão menor, que se tornou um grande Profeta do Reino. Por isso, há quem diga que quando estamos quase perdendo a esperança surge um profeta que nos fortalece na luta e nos anima na caminhada. Esse é o nosso Luis Cappio, bispo, pastor e profeta. Há muito estávamos sentindo a falta de um profeta dessa nova geração de bispos e eis que o Espírito nos deu Luis, nosso fradezinho menor, bispo de Barra na Bahia.
Esperar na esperança com a decisão de se realizar no Brasil em 2007 a V Conferência Episcopal da América Latina, no Santuário Mariano de Aparecida. Que esta Conferência siga os mesmos passos de Medellín, Puebla e Santo Domingo, com as opções necessárias de uma Igreja que se encarna na história e na vida de nosso Povo. E, ainda mais, agora com um novo Bispo em Roma, nosso Símbolo de Unidade Universal, Papa Bento XVI para que possa seguir com fidelidade o Evangelho e as decisões tomadas pelo Concílio Vaticano II.
Esperar na esperança a partir da realização da Assembléia Popular realizada em Brasília, onde movimentos sociais e populares deram sinais de vida, esperança e força na caminhada. Dos sem terras aos povos indígenas, de militantes políticos a agentes de pastoral, de estudantes a entidades de classe e ONGs. Todos e todas numa mesma estrada. A estrada que está por ser construída. A estrada de um projeto de desenvolvimento político popular e sustentável para o Brasil.
Enfim, esperar na esperança de que possamos continuar a caminhada, a busca pela vida e vida para todos e todas em plenitude (Jo 10,10). Os desafios são muitos. Chegou a hora de refletir os passos dados neste ano e iniciar uma nova caminhada, com mais desafios a serem superados. Esperar na esperança de que a Páscoa vence a Cruz, de que a Vida vence a Morte. Para isso, somos interpelados pelo Evangelho a fazer opções novamente e reencontrar o caminho perdido ou paralisado. Muitos e muitas dependem de nossa caminhada e de nossa luz. Então, saíamos debaixo do candeeiro e deixemos com que nossas atitudes brilhem ao mundo, anunciando que uma nova sociedade é possível e necessária, sem perder o sentido de tudo, principalmente, de que precisamos ESPERAR NA ESPERANÇA.
Mais um Tempo surge neste maravilhoso pôr-do-sol que nos deixa perplexos com as maravilhas da criação. Desponta para todos e todas nós uma nova espera na esperança. Com o advento somos convidados e convidadas a refletir nossa caminhada, nossas vidas, nosso mundo. É tempo de rever os passos dados, de refletir acerca do que fizemos e do que fomos. É tempo novo que urge, mais uma vez, em nossa bela tradição cristã.
Mas, o que esperar de mais um ano que se passa, de mais um tempo litúrgico que desponta em nossas vidas? Somos chamados e chamadas a esperar na esperança. A esperança que espera o tempo certo para se fazer aparecer. A esperança que espera o momento certo para nos reencantar novamente. Neste sentido, somos interpelados pelo entoar de nossas comunidades que em coro celebram ao Deus da Vida cantando enfaticamente: "Vem, Senhor Jesus!" Pois, iniciamos a espera na esperança do Emmanuel, aquele que se faz gente como a gente, que vem fazer morada nas taperas, nas favelas, nas ruas, nas malocas, nas matas, na dor e na alegria. É o Deus Conosco! A esta tradição cristã das primeiras comunidades é que dedicamos mais uma espera na esperança.
Esperar o Verbo que se encarna entre nós significa entender que somos chamados e chamadas a participar desse discipulado do Reino promovido pelo Deus da Vida. Deus da Vida que nos deu neste ano de 2005 muitas razões para continuar acreditando que é possível sonharmos juntos uma sociedade possível, um mundo possível. Por isso, continuamos tendo a certeza de que a espera na esperança é válida e necessária, mesmo estando na aflição de um mundo que se destrói a cada dia que passa. Por isso:
Esperar na esperança, pois vimos a Páscoa do V Fórum Social Mundial, realizado em Porto Alegre. Mais uma vez, militantes dos movimentos sociais e populares do mundo inteiro se encontraram para trocar experiências, promover a paz, refletir mundos possíveis e alternativos frente ao avanço da economia de mercado, do neoliberalismo excludente e da globalização voraz. Juntamente, com o Fórum Social Mundial de Porto Alegre, não podemos esquecer a espera na esperança com a realização do Fórum Mundial de Teologia da Libertação realizado também em Porto Alegre e que mostrou uma fonte de riquezas e vivacidade na luta pelas causas do Reino que continuam a ser tantas, pois o lugar teológico continua o mesmo, a partir da nossa opção preferencial pelos pobres.
Esperar na esperança com o Deus da Vida que ressurge, vencendo a morte, com a doação da vida de nossa querida e estimada Irmã Dorothy, mártir da causa do Reino, causa de todos e todas nós, cristãos e cristãs, que querem ver o projeto de Reforma Agrária sendo efetivado na prática por meio de políticas públicas realmente libertadoras. O sangue dessa nossa irmã, estadunidense de nascimento, brasileira e amazônica de coração, mostrou que ainda é possível surgirem profetas que assumem a causa do Reino com todo o despojamento necessário para se dar Vida pelas Vidas.
Esperar na esperança com a realização do nosso XI Intereclesial de CEBs realizado em Ipatinga, nas nossas Minas Gerais do Uai, do Sô e do queijo fresco. Esperar que as CEBs possam continuar sua caminhada enquanto um novo jeito de ser Igreja, assumida pelo episcopado em Medellín, Puebla e Santo Domingo, bem como, pela própria CNBB. A espiritualidade do seguimento é importante para todos e todas nós, que acreditamos viver uma Igreja de Jesus, participativa, ministerial, laical e diaconal, que acredita na transformação da sociedade e que deseja que ela se torne Kairós do Reino, fraterna e terna, justa e solidária, nossa e de todos (as). Agora, até chegarmos a Porto Velho para a próxima Páscoa Intereclesial, um longo caminho se faz necessário, na espera de que a esperança faça ressurgir em tempos neo-pentecostais a força necessária para fazer da CEBs uma alternativa possível para nossas comunidades, pois apresenta uma bela e sólida espiritualidade.
Esperar na esperança de ver uma nova política para a sociedade brasileira. Eticamente sustentável e moralmente justa. A população brasileira tinha um grau de confiança no PT e no projeto Lula Presidente, por levantar a bandeira da ética e da honestidade na política. E o que vimos foram alguns escândalos que fizeram até mesmo os coronéis do Brasil se levantarem contra o nosso tão sonhado projeto alternativo e popular. Não podemos esmorecer. Enquanto cristãos e cristãs somos co-responsáveis pela construção do Brasil.
Esperar na esperança do sonho ecumênico vivido pela Jornada Ecumênica realizada na cidade de Mendes, Rio de Janeiro e promovido pela nossa entidade ecumênica Koinonia. Sonho e espera no ecumenismo, onde irmãos e irmãs possam deixar as diferenças de lado e sentar na mesma mesa da partilha para celebrar juntos a Palavra e a Eucaristia. Foram momentos de vida, de partilha e de expressão de que o ecumenismo não está tão distante assim. A beleza no ecumenismo se refletia nas falas, nas danças, nas festas e na liturgia. Todos juntos, cristãos e cristãs, anglicanos, católicos, presbiterianos, luteranos, metodistas, assembleianos, batistas, o nosso querido candomblé com seu jeito especial de louvar ao Deus da Vida. Todos e todas numa só causa, com um só sentimento, a verdadeira Diversidade na Unidade.
Esperar na esperança na atitude de Dom Frei Luis Cappio, nosso irmão e nosso frade do Nordeste. A greve de fome pela vida e pela revitalização do Rio São Francisco fez com que setores da Igreja e que políticos ligados ao latifúndio se manifestassem contra esse irmão menor, que se tornou um grande Profeta do Reino. Por isso, há quem diga que quando estamos quase perdendo a esperança surge um profeta que nos fortalece na luta e nos anima na caminhada. Esse é o nosso Luis Cappio, bispo, pastor e profeta. Há muito estávamos sentindo a falta de um profeta dessa nova geração de bispos e eis que o Espírito nos deu Luis, nosso fradezinho menor, bispo de Barra na Bahia.
Esperar na esperança com a decisão de se realizar no Brasil em 2007 a V Conferência Episcopal da América Latina, no Santuário Mariano de Aparecida. Que esta Conferência siga os mesmos passos de Medellín, Puebla e Santo Domingo, com as opções necessárias de uma Igreja que se encarna na história e na vida de nosso Povo. E, ainda mais, agora com um novo Bispo em Roma, nosso Símbolo de Unidade Universal, Papa Bento XVI para que possa seguir com fidelidade o Evangelho e as decisões tomadas pelo Concílio Vaticano II.
Esperar na esperança a partir da realização da Assembléia Popular realizada em Brasília, onde movimentos sociais e populares deram sinais de vida, esperança e força na caminhada. Dos sem terras aos povos indígenas, de militantes políticos a agentes de pastoral, de estudantes a entidades de classe e ONGs. Todos e todas numa mesma estrada. A estrada que está por ser construída. A estrada de um projeto de desenvolvimento político popular e sustentável para o Brasil.
Enfim, esperar na esperança de que possamos continuar a caminhada, a busca pela vida e vida para todos e todas em plenitude (Jo 10,10). Os desafios são muitos. Chegou a hora de refletir os passos dados neste ano e iniciar uma nova caminhada, com mais desafios a serem superados. Esperar na esperança de que a Páscoa vence a Cruz, de que a Vida vence a Morte. Para isso, somos interpelados pelo Evangelho a fazer opções novamente e reencontrar o caminho perdido ou paralisado. Muitos e muitas dependem de nossa caminhada e de nossa luz. Então, saíamos debaixo do candeeiro e deixemos com que nossas atitudes brilhem ao mundo, anunciando que uma nova sociedade é possível e necessária, sem perder o sentido de tudo, principalmente, de que precisamos ESPERAR NA ESPERANÇA.
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