Lamentável a reportagem de Camila Antunes, repórter da Revista Veja, acerca do Padre Júlio Lancelotti, com o título O Pecado da Demagogia no dia 11 de janeiro de 2006, pág. 92. Sinceramente sem nenhum fundamento. Parece mais uma reportagem de desqualificação na época dos velhos regimes ditatoriais que se esforçavam para denegrir a imagem das pessoas que se colocam na defesa da dignidade humana e do amor ao próximo. Mas, vamos aos fatos. O Pe. Júlio Lancelotti é presbítero da Arquidiocese de São Paulo, logo, padre da Igreja Católica. Segundo, ele não é líder de nenhuma organização política como diz a malfadonha reportagem imoral. Chamar a Pastoral do Povo da Rua de organização política ligada ao PT é no mínimo uma falta de responsabilidade para com a verdade. A Pastoral do Povo da Rua pertence a um conjunto de pastorais sociais da Igreja Católica e que existem em todas as dioceses. É evidente que em toda a ação humana existe uma ação política. Assim como ao escrever esta reportagem, Camila Antunes utilizou-se de uma ação política. Camila Antunes e a Revista Veja poderão se defender por meio da neutralidade científica, já superada, o que não será verdade, pois o que mais existe na reportagem é uma ação política direcionada para desqualificar uma ação humana e eclesial, logo, ação política. Mas, sei que existem políticas de uns e políticas de outros. São políticas e concepções, logo, ações humanas que se diferenciam na sociedade o que não deixa de ser Política.
Acusar o Padre Júlio que se doa todos os dias por uma sociedade mais justa, fraterna e solidária é acusar-nos também enquanto cristãos católicos que defendemos a vida em plenitude. Existe sim política em sua ação humana enquanto homem público e eclesial. Mas não política partidária, pois a Pastoral do Povo da Rua é uma pastoral da Igreja Católica, com um Vicariato próprio ligado a Arquidiocese de São Paulo. Mas, pelo visto, a Srª. Camila Antunes não disse isso, ou não sabe disso, ou ainda não se preocupou em buscar a verdade dos fatos. O engraçado é ainda numa ousadia política, evidentemente de direita e ultraconservadora, pede para que o Papa Bento XVI fique de olho nas ações do Padre Júlio Lancelotti, mas se esquece que existem Bispos responsáveis na cidade de São Paulo que formam a Arquidiocese e que dão o apoio necessário à Pastoral do Povo da Rua.
O mais curioso é que a mesma repórter se torna também juíza de valores e acusa, como se fizesse parte de uma Santa Inquisição, que Padre Júlio comete o pecado mortal da demagogia. Ser demagogo hoje está em moda para a Revista Veja. Todos os brasileiros são demagogos, menos a elite e as oligarquias rurais. O MST, a Igreja, os partidos, os pobres, os moradores da rua, eu, todos nós, somos demagogos. Mas a Veja não! Nunca fez demagogia. No entanto, acusa um homem que doa sua vida pela causa de Jesus, pela causa do Reino de Deus, um homem que se coloca a serviço da solidariedade e da vida em plenitude para todos de ser um pecador em estado mortal porque faz demagogia. Srª. Camila Antunes venhamos e convenhamos, olhe sua reportagem nefasta e ponha a mão na consciência, se que é ela existe, e tente ver quem de fato está fazendo demagogia.
Muitas mentiras na reportagem desta repórter que provavelmente comprou o diploma em uma dessas faculdades sem nenhuma seriedade. Vamos ser sinceros, pois o que tem de inverdades nesta reportagem chega ao cúmulo do absurdo. Primeiro, é mentira que Pe. Júlio Lancelotti seja líder de alguma organização política ligada ao PT ou a qualquer partido político. *Segundo*, ele não criou nenhuma categoria sociológica denominada "Povo da Rua" (é uma categoria utilizada há muito tempo pelos movimentos sociais que vocês da Veja tanto detestam). Terceiro, é uma mentira que o Padre queira transformar a situação dos moradores de rua em estado permanente. Por que vocês ocultam a verdade? Por que não falam quem realmente quer ver o Povo da Rua bem longe, mais excluídos ainda do que já são? Aposto que sabem quem realmente quer este estado permanente (pois não duvido nada que esta reportagem não tenha sido encomendada pelos verdadeiros interessados). Quarto, é mentira que a Prefeitura de São Paulo se preocupe com os moradores de rua. A atual gestão quer sim fazer uma limpeza dos excluídos da cidade. Portanto, medidas paliativas de nada adiantarão. O Povo da Rua precisa de inclusão social, de dignidade e de vida e não medidas assistencialistas e paliativas oferecidas pelo Estado. A luta do Padre Júlio é por políticas públicas efetivas e afirmativas para o Povo da Rua. Eles não são bichos e nem animais de zoológicos para serem tirados sem nenhuma política pública séria e eficaz. Quinto, acusar o Padre de estar fazendo manobra política e se utilizando de um rebanho para tais manobras é uma acusação gravíssima. A repórter joga a notícia e não prova a notícia. Oxalá, os moradores de rua se revoltassem contra a sociedade. Uma revolta evangélica. E exigissem respeito e direitos sociais que lhe são negados, porque pessoas que a Srª. Camila defende não redistribuem renda e sonegam o Estado. Sexto, não se contentando, a repórter encontra a saída. Abrir as portas da Paróquia São Miguel (onde Pe. Júlio Lancelotti é pároco) para colocar os mendigos, os drogados, os meninos e meninas de rua. Boa proposta! Tirou da onde? De uma manual de sociologia neoliberal? Essa é a solução da repórter e, provavelmente, da Revista que aceitou a publicação de sua reportagem. A política pública se transfere para a Igreja, ou seja, Padre Júlio precisa provar para todos tendo que abrir a Igreja para acolher estes excluídos. Pergunto: Por que então, a Srª. Camila não abre as portas de sua casa para eles? É fácil transferir o problema sem resolve-lo na essência. Com sua proposta ela transfere o problema da exclusão dos moradores de rua para o Padre e para a Igreja. Mas e a política pública? Nisso, a mesma repórter parece não estar preocupada, pois sua intenção é promover um discurso de que aqueles que defendem tais "excrementos" (palavra utilizada pela repórter) é que cuidem deles. Sétimo, ela mente em relação a iniciativa da Prefeitura. A Prefeitura não tem nenhuma política pública em relação aos moradores de ruas. As propostas não passam de superficialidades assistencialistas e sem nenhuma comprovada duração. Querem atacar o problema sem atacar a causa do problema daqueles que estão à margem da sociedade, mesmo assim, a repórter insiste em defender a Prefeitura que deve "desalojar os marginais". Percebam o tom, desalojar aqueles que são marginais, perigosos e excrementos. Mas vejam bem, ela se preocupa com o desalojar, mas não em partilhar, em compreender, em amar os que estão nesta situação. O seu conceito de marginalidade é reacionário e conserva os mais altos preconceitos de um ser humano contra outro ser humano. Oitavo, parece ser a última mentira de uma forma de proposta e desafio ao Padre Júlio. Aqui podemos perceber a qual política a repórter defende. Ela reclama da Pastoral da Rua ser uma organização política, mas se contradiz no final, falando em nome da Prefeitura e de sua gestão, o que nos dá a entender um certo defensionismo político de uns. Ela propõe ao Padre Júlio para ir morar debaixo do viaduto. Portanto, um alerta para todos os que defendem a dignidade, a vida, a solidariedade, o amor aos pobres, o trabalho voluntário. Não podemos mais fazer nada. Pois seremos taxados de políticos do PT e não mais como discípulos do Evangelho e teremos que assumir as responsabilidades do Estado. O interessante é que a repórter não fala para o Prefeito ir morar debaixo dos viadutos, somente para o réu perigoso (Padre Júlio) que está sendo inquirido por sua reportagem.
Antes de fazermos qualquer análise precisamos de comprovação. Esta reportagem foi mais um sinal das falsas verdades que são colocadas em veículos de comunicação sem nenhuma responsabilidade e sem nenhum senso de verdade. Infelizmente, esta repórter ou foi coagida a fazer tal reportagem sem nenhum fundamento, ou então, ela crê realmente no que escreveu e se sente satisfeita com os resultados. Na verdade, a reportagem o pecado da demagogia é a demagogia do pecado dessa própria reportagem. O que dizer: precisamos lamentar, pois são os que colocaram os excluídos nesta situação os verdadeiros donos do poder, entre eles, a Mídia. Mas, tenham a certeza de que a Igreja continuará defendendo os excluídos e propondo políticas públicas ao Estado, mesmo que o Estado, continue comprando matérias para desqualificar a atuação de pessoas e agentes de pastoral que realmente entendem a situação caótica da sociedade brasileira.
Claudemiro Godoy do Nascimento
Escrito em 2006.
Acusar o Padre Júlio que se doa todos os dias por uma sociedade mais justa, fraterna e solidária é acusar-nos também enquanto cristãos católicos que defendemos a vida em plenitude. Existe sim política em sua ação humana enquanto homem público e eclesial. Mas não política partidária, pois a Pastoral do Povo da Rua é uma pastoral da Igreja Católica, com um Vicariato próprio ligado a Arquidiocese de São Paulo. Mas, pelo visto, a Srª. Camila Antunes não disse isso, ou não sabe disso, ou ainda não se preocupou em buscar a verdade dos fatos. O engraçado é ainda numa ousadia política, evidentemente de direita e ultraconservadora, pede para que o Papa Bento XVI fique de olho nas ações do Padre Júlio Lancelotti, mas se esquece que existem Bispos responsáveis na cidade de São Paulo que formam a Arquidiocese e que dão o apoio necessário à Pastoral do Povo da Rua.
O mais curioso é que a mesma repórter se torna também juíza de valores e acusa, como se fizesse parte de uma Santa Inquisição, que Padre Júlio comete o pecado mortal da demagogia. Ser demagogo hoje está em moda para a Revista Veja. Todos os brasileiros são demagogos, menos a elite e as oligarquias rurais. O MST, a Igreja, os partidos, os pobres, os moradores da rua, eu, todos nós, somos demagogos. Mas a Veja não! Nunca fez demagogia. No entanto, acusa um homem que doa sua vida pela causa de Jesus, pela causa do Reino de Deus, um homem que se coloca a serviço da solidariedade e da vida em plenitude para todos de ser um pecador em estado mortal porque faz demagogia. Srª. Camila Antunes venhamos e convenhamos, olhe sua reportagem nefasta e ponha a mão na consciência, se que é ela existe, e tente ver quem de fato está fazendo demagogia.
Muitas mentiras na reportagem desta repórter que provavelmente comprou o diploma em uma dessas faculdades sem nenhuma seriedade. Vamos ser sinceros, pois o que tem de inverdades nesta reportagem chega ao cúmulo do absurdo. Primeiro, é mentira que Pe. Júlio Lancelotti seja líder de alguma organização política ligada ao PT ou a qualquer partido político. *Segundo*, ele não criou nenhuma categoria sociológica denominada "Povo da Rua" (é uma categoria utilizada há muito tempo pelos movimentos sociais que vocês da Veja tanto detestam). Terceiro, é uma mentira que o Padre queira transformar a situação dos moradores de rua em estado permanente. Por que vocês ocultam a verdade? Por que não falam quem realmente quer ver o Povo da Rua bem longe, mais excluídos ainda do que já são? Aposto que sabem quem realmente quer este estado permanente (pois não duvido nada que esta reportagem não tenha sido encomendada pelos verdadeiros interessados). Quarto, é mentira que a Prefeitura de São Paulo se preocupe com os moradores de rua. A atual gestão quer sim fazer uma limpeza dos excluídos da cidade. Portanto, medidas paliativas de nada adiantarão. O Povo da Rua precisa de inclusão social, de dignidade e de vida e não medidas assistencialistas e paliativas oferecidas pelo Estado. A luta do Padre Júlio é por políticas públicas efetivas e afirmativas para o Povo da Rua. Eles não são bichos e nem animais de zoológicos para serem tirados sem nenhuma política pública séria e eficaz. Quinto, acusar o Padre de estar fazendo manobra política e se utilizando de um rebanho para tais manobras é uma acusação gravíssima. A repórter joga a notícia e não prova a notícia. Oxalá, os moradores de rua se revoltassem contra a sociedade. Uma revolta evangélica. E exigissem respeito e direitos sociais que lhe são negados, porque pessoas que a Srª. Camila defende não redistribuem renda e sonegam o Estado. Sexto, não se contentando, a repórter encontra a saída. Abrir as portas da Paróquia São Miguel (onde Pe. Júlio Lancelotti é pároco) para colocar os mendigos, os drogados, os meninos e meninas de rua. Boa proposta! Tirou da onde? De uma manual de sociologia neoliberal? Essa é a solução da repórter e, provavelmente, da Revista que aceitou a publicação de sua reportagem. A política pública se transfere para a Igreja, ou seja, Padre Júlio precisa provar para todos tendo que abrir a Igreja para acolher estes excluídos. Pergunto: Por que então, a Srª. Camila não abre as portas de sua casa para eles? É fácil transferir o problema sem resolve-lo na essência. Com sua proposta ela transfere o problema da exclusão dos moradores de rua para o Padre e para a Igreja. Mas e a política pública? Nisso, a mesma repórter parece não estar preocupada, pois sua intenção é promover um discurso de que aqueles que defendem tais "excrementos" (palavra utilizada pela repórter) é que cuidem deles. Sétimo, ela mente em relação a iniciativa da Prefeitura. A Prefeitura não tem nenhuma política pública em relação aos moradores de ruas. As propostas não passam de superficialidades assistencialistas e sem nenhuma comprovada duração. Querem atacar o problema sem atacar a causa do problema daqueles que estão à margem da sociedade, mesmo assim, a repórter insiste em defender a Prefeitura que deve "desalojar os marginais". Percebam o tom, desalojar aqueles que são marginais, perigosos e excrementos. Mas vejam bem, ela se preocupa com o desalojar, mas não em partilhar, em compreender, em amar os que estão nesta situação. O seu conceito de marginalidade é reacionário e conserva os mais altos preconceitos de um ser humano contra outro ser humano. Oitavo, parece ser a última mentira de uma forma de proposta e desafio ao Padre Júlio. Aqui podemos perceber a qual política a repórter defende. Ela reclama da Pastoral da Rua ser uma organização política, mas se contradiz no final, falando em nome da Prefeitura e de sua gestão, o que nos dá a entender um certo defensionismo político de uns. Ela propõe ao Padre Júlio para ir morar debaixo do viaduto. Portanto, um alerta para todos os que defendem a dignidade, a vida, a solidariedade, o amor aos pobres, o trabalho voluntário. Não podemos mais fazer nada. Pois seremos taxados de políticos do PT e não mais como discípulos do Evangelho e teremos que assumir as responsabilidades do Estado. O interessante é que a repórter não fala para o Prefeito ir morar debaixo dos viadutos, somente para o réu perigoso (Padre Júlio) que está sendo inquirido por sua reportagem.
Antes de fazermos qualquer análise precisamos de comprovação. Esta reportagem foi mais um sinal das falsas verdades que são colocadas em veículos de comunicação sem nenhuma responsabilidade e sem nenhum senso de verdade. Infelizmente, esta repórter ou foi coagida a fazer tal reportagem sem nenhum fundamento, ou então, ela crê realmente no que escreveu e se sente satisfeita com os resultados. Na verdade, a reportagem o pecado da demagogia é a demagogia do pecado dessa própria reportagem. O que dizer: precisamos lamentar, pois são os que colocaram os excluídos nesta situação os verdadeiros donos do poder, entre eles, a Mídia. Mas, tenham a certeza de que a Igreja continuará defendendo os excluídos e propondo políticas públicas ao Estado, mesmo que o Estado, continue comprando matérias para desqualificar a atuação de pessoas e agentes de pastoral que realmente entendem a situação caótica da sociedade brasileira.
Claudemiro Godoy do Nascimento
Escrito em 2006.
"O PECADO DA DEMAGOGIA"
O padre Julio Lancelotti líder de uma organização política ligada ao PT chamada Pastoral da Rua (atenção, papa Bento XVI), comete todos os dias um pecado mortal - o da demagogia. Ele é o criador de uma categoria que leva o nome de "Povo da Rua". É a denominação de Lancelotti para mendigos, menores abandonados e loucos que vagam pelas ruas de São Paulo. A pretexto de defender o "Povo da Rua", o padre quer transformar uma situação precária - a dos sem-teto e que tais - em permanente. Toda e qualquer iniciativa para colocar esse pessoal em abrigos, custeados pela prefeitura, limpar os logradouros públicos de barracas e excrementos e livrar os transeuntes do risco de assaltos protagonizados por pivetes é torpedeada por Lancelotti com a classificação de "prática higienista".
Os motivos do padre estão longe de ser religiosos. O que ele quer mesmo é ter a sua disposição um rebanho de manobra para fazer política.Se Lancelotti fosse mesmo sensível às necessidades de seu "Povo da Rua", começaria por oferecer abrigo na igreja da qual é pároco: a de São Miguel Arcanjo, no bairro paulistano da Mooca. A igreja, porém, tem grades nas portas e cerca elétrica nos muros - um aparato suficiente para definir aquela casa de Deus como um "bunker antimendigo". "Antimendigo é a expressão usada por ele - e por jornalistas amigos seus - para classificar pejorativamente a iniciativa da prefeitura de São Paulo de colocar rampas de superfície áspera sob o viaduto que leva à Avenida Paulista. A administração municipal recorreu a esse expediente para desalojar os marginais que instalados no local, assaltavam as pessoas que transitam por ali. Lancelotti continua a esbravejar que "as rampas antimendigo" fazem parte de uma "visão higienista". Pois bem, propõe-se aqui um acordo: a prefeitura retira as rampas e o padre abandona o seu bunker e passa a morar debaixo do viaduto. Lá, poderá controlar os assaltantes e encontrar a santa felicidade junto ao "Povo da Rua".
Fonte: Veja, 11 de janeiro de 2006, página 92
Repórter: Camila Antunes
Repórter: Camila Antunes
Referente matéria: O pecado da demagogia
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