sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Foz do Rio São Francisco





As fotos de João Zinclar são de janeiro de 2009, na região do baixo São Francisco, entre Propriá (SE) e Porto Real do Colégio (AL), Penedo (AL) e Brejo Grande (SE), já na foz do rio. Imagens que não deixam duvidas e dizem muito mais do que qualquer propaganda governamental. Em Propriá (SE) e Penedo (AL), os bancos de areia no leito do rio fazem parte da paisagem. Verdadeiras ilhas de areia consolidadas, já com vegetação rasteira formada, mostram um rio cada vez mais debilitado, com pouca água no leito.A cena mais impressionante ocorreu em Brejo Grande, a menos de um quilômetro do encontro do rio com as águas do mar. No dia 05 de janeiro, atravessando o rio em uma pequena embarcação (hoje só é possível a elas nave gar na foz do rio São Francisco) presenciamos uma inusitada travessia de búfalos, cruzando da margem a um banco de areia no meio do rio para pastar na vegetação que ali se formou. O Velho Chico, que depois de percorrer mais de dois mil quilômetros, atravessar cinco estados brasileiros, sofre com a falta de água na sua foz.A simbologia da tranqüila travessia de búfalos para pastar numa "ilha" no meio do rio é mais um exemplo da triste realidade enfrentada pelo chamado Rio da Integração Nacional. Não distante deste ponto, é possível observar o farol do cabeço, que há uma década ficava no meio de um povoado que lhe dá o nome e hoje encontra-se a vários metros adentro das águas do Oceano Atlântico, que avançam a medida em que rio não tem mais força para derramar suas água no mar, devido à seqüência de barragens para geração de energia elétrica ao longo de seu trajeto. É o rio morrendo a partir da foz. No baixo São Francisco, a revitalização do rio, amplamente anunciada pelo governo em peças publicitárias, até o momento não passa de placas de obras nas margens das estradas e alguns projetos de esgotamento sanitário em municípios da região, sem no entanto haver nenhuma ação concreta. Enquanto isso estão em andamento as obras da transposição.Hoje, dia 09 de janeiro, escrevo de Paulo Afonso (BA). Aqui há uma luta interessante pela preservação de sítios arquelógicos. Volto ao tema nos próximos posts. Reginaldo Eusébio.

Um abraço terno.
Frei Gilvander Moreira

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