Pe. J. Ramón F. Cigoña, SJ
Até faz pouco tempo, profetas secularizados auguravam o fim de Deus e também das religiões. Estas eram projeções psicopatológicas ou meros sedativos sociais e alienantes, diziam eles. Aos poucos, foi se construindo o modelo neoliberal, com sua absoluta liberdade de mercado. Muitos não duvidaram de segui-lo e adorá-lo, como o mais novo bezerro de ouro!
Se “poderoso cavaleiro é Dom Dinheiro”, ninguém podia imaginar que estava ele interiormente doente e com os dias contados!
O noticiário nacional e internacional disse, com todas as letras, que o sistema financeiro americano deu sinais de ter entrado na fase inicial da crise sistêmica, com o contágio de um número crescente de instituições financeiras. O conflito chegou ao coração da economia, o sistema de crédito, afetado pela desconfiança das pessoas e instituições. Esta desordem econômica tem enorme impacto humano, pois muitas pessoas estão perdendo não só seus trabalhos, como também seus benefícios, suas casas e até a própria segurança.
A escandalosa busca por recompensas econômicas excessivas, sem qualquer responsabilidade social, é exemplo de um comportamento irresponsável e antiético. O “mercado” é meio e não fim na vida dos humanos! Nunca o bem-estar das financeiras poderá estar acima das pessoas!
O que aconteceu? Uma ganância exorbitante e práticas desonestas exploraram escandalosamente inúmeras pessoas concretas e vulneráveis. Não só as pessoas, mas a sociedade tornou-se refém do totalitarismo econômico. Os fundamentalismos, mesmo os econômicos, são desumanos e perigosos.
Se no século transcorrido passamos do dogma religioso para o dogma econômico, hoje vemos com clareza que o dinheiro não pode ser fator decisivo na vida e nos relacionamentos das pessoas. Quando isso acontece, vira um ídolo com pés de barro!
Junto com a macro-crise econômica e o declínio de ideologias positivistas do período histórico anterior há agora um retorno evidente do “religioso” em âmbito pessoal e também público. É o tempo das religiões?
O avanço do progresso e da modernização precisa da presença religiosa. As religiões são cada vez mais convidadas a partilhar sua sabedoria milenar no debate de temas humanos. Nesse debate global, e dentro de uma laicidade positiva, elas têm uma palavra a dizer em nome da fé e da razão. A intolerância, ideológica ou econômica, nunca é democrática!
O modelo neo-liberal que vivemos é uma ameaça à dignidade humana e à sobrevivência das nações. O deus dinheiro, tão exaltado e adorado por muitos, trouxe um desastre irreparável para os seus seguidores. Em tempos de crise sempre é bom rezar!
Fonte: http://amaivos.uol.com.br/templates/amaivos/amaivos07/noticia/noticia.asp?cod_noticia=11173&cod_canal=46
Até faz pouco tempo, profetas secularizados auguravam o fim de Deus e também das religiões. Estas eram projeções psicopatológicas ou meros sedativos sociais e alienantes, diziam eles. Aos poucos, foi se construindo o modelo neoliberal, com sua absoluta liberdade de mercado. Muitos não duvidaram de segui-lo e adorá-lo, como o mais novo bezerro de ouro!
Se “poderoso cavaleiro é Dom Dinheiro”, ninguém podia imaginar que estava ele interiormente doente e com os dias contados!
O noticiário nacional e internacional disse, com todas as letras, que o sistema financeiro americano deu sinais de ter entrado na fase inicial da crise sistêmica, com o contágio de um número crescente de instituições financeiras. O conflito chegou ao coração da economia, o sistema de crédito, afetado pela desconfiança das pessoas e instituições. Esta desordem econômica tem enorme impacto humano, pois muitas pessoas estão perdendo não só seus trabalhos, como também seus benefícios, suas casas e até a própria segurança.
A escandalosa busca por recompensas econômicas excessivas, sem qualquer responsabilidade social, é exemplo de um comportamento irresponsável e antiético. O “mercado” é meio e não fim na vida dos humanos! Nunca o bem-estar das financeiras poderá estar acima das pessoas!
O que aconteceu? Uma ganância exorbitante e práticas desonestas exploraram escandalosamente inúmeras pessoas concretas e vulneráveis. Não só as pessoas, mas a sociedade tornou-se refém do totalitarismo econômico. Os fundamentalismos, mesmo os econômicos, são desumanos e perigosos.
Se no século transcorrido passamos do dogma religioso para o dogma econômico, hoje vemos com clareza que o dinheiro não pode ser fator decisivo na vida e nos relacionamentos das pessoas. Quando isso acontece, vira um ídolo com pés de barro!
Junto com a macro-crise econômica e o declínio de ideologias positivistas do período histórico anterior há agora um retorno evidente do “religioso” em âmbito pessoal e também público. É o tempo das religiões?
O avanço do progresso e da modernização precisa da presença religiosa. As religiões são cada vez mais convidadas a partilhar sua sabedoria milenar no debate de temas humanos. Nesse debate global, e dentro de uma laicidade positiva, elas têm uma palavra a dizer em nome da fé e da razão. A intolerância, ideológica ou econômica, nunca é democrática!
O modelo neo-liberal que vivemos é uma ameaça à dignidade humana e à sobrevivência das nações. O deus dinheiro, tão exaltado e adorado por muitos, trouxe um desastre irreparável para os seus seguidores. Em tempos de crise sempre é bom rezar!
Fonte: http://amaivos.uol.com.br/templates/amaivos/amaivos07/noticia/noticia.asp?cod_noticia=11173&cod_canal=46
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